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O DESAMPARO HUMANO

Atualizado: 2 de mar.

Ao refletirmos sobre nossa trajetória de vida, percebemos um constante desejo e uma tentativa de construção de vínculos. A principal motivação para essa construção é a busca por segurança e estabilidade em diversos aspectos da existência. Na psicanálise, o vínculo mais importante e fundamental para o desenvolvimento psíquico do sujeito é aquele estabelecido com a mãe ou com alguém que represente essa figura materna.


É crucial entender que o processo de aprendizagem e a proximidade mútua entre a criança e o adulto moldam comportamentos que podem se repetir na vida adulta, especialmente quando o indivíduo enfrenta um rompimento de vínculo ou uma quebra de harmonia em sua vida.


O psicanalista britânico John Bowlby desenvolveu a "teoria do apego", na qual descreve dois tipos de apego: o seguro e o inseguro.


Apego Seguro: Este tipo de apego ocorre quando o bebê se desenvolve em um vínculo que transmite segurança. Tendo a mãe como uma base segura, o bebê se sente livre para explorar o mundo com confiança. Esse vínculo materno oferece proteção e condições fundamentais para o desenvolvimento da resiliência diante das adversidades da vida. Geralmente, pessoas que experimentaram um apego seguro constroem uma autopercepção positiva, considerando-se boas, dignas, competentes e amadas. Isso lhes permite construir suas vidas com base na confiança de amar e ser amadas.


Apego Inseguro: Por outro lado, o apego inseguro torna a criança mais propensa a comportamentos ansiosos, pois ela não sabe se o cuidador estará disponível quando necessário. Esses bebês tendem a ser inibidos na exploração do mundo, mostrando-se muito sensíveis a afetos negativos, com expressões de estresse intensificadas. Indivíduos que vêm de um contexto de apego inseguro frequentemente desenvolvem uma percepção negativa de si mesmos, sentindo-se indesejados, indignos, desesperançados e incapazes de serem amados. Esses indivíduos podem carecer de resiliência, ou seja, da capacidade de se reconstruir diante do caos ou da quebra de harmonia em seu cotidiano.


O desafio da psicanálise, nesses casos, é ajudar esses indivíduos a perceber questões que antes eram inconscientes. Através do processo analítico, é possível alcançar uma maior fluidez emocional, permitindo que o sujeito compreenda sua posição nos vínculos. Assim, ele pode reconstruir a harmonia entre a criança ferida e o adulto desorientado, e, por meio desses conflitos, descobrir e estruturar sua singularidade.


 
 
 

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