TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA
- Erasmo Lima
- 4 de mar.
- 2 min de leitura

O Transtorno da Personalidade Narcisista, conforme descrito no DSM-5, é caracterizado por um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia, que geralmente se manifesta no início da vida adulta. É interessante notar que, embora esse transtorno tenha características específicas, todos nós podemos apresentar algum grau de narcisismo, que pode ser saudável ou destrutivo.
A temática do narcisismo tem sido bastante explorada pelo contexto social atual, e principalmente nas manifestações da prática clínica. André Green destaca que os narcisistas muitas vezes são pessoas feridas, com feridas emocionais profundas que ainda estão abertas e inflamadas, e que essa dinâmica pode estar relacionada a experiências com ambos os pais. Isso pode levar a uma percepção distorcida de si mesmos, onde esperam reconhecimento como superiores, mesmo sem as conquistas que justifiquem essa visão.
Além disso, os indivíduos com esse transtorno tendem a ser exploradores nas relações, desvalorizando as contribuições dos outros e priorizando suas próprias necessidades. A autoestima deles é frequentemente frágil, e suas interações são marcadas por uma valorização excessiva do Eu.
Na prática clínica, o tratamento pode ser desafiador, pois esses pacientes podem ter dificuldades em estabelecer uma relação de transferência com o analista, devido à sua libido estar centralizada no Eu. Mesmo após a análise, pode haver casos em que o narcisista permaneça vulnerável, mas com a possibilidade de utilizar melhor seus recursos e mecanismos de defesa.
O ambiente clínico pode oferecer um espaço para que esses pacientes explorem suas experiências emocionais mal resolvidas, embora seja importante que o analista esteja atento às pressões que esses pacientes podem exercer para desvirtuar o processo psicoterapêutico. Isso pode incluir táticas como coerção, sedução, alegação de desamparo que visam tirar o analista de sua posição profissional.
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